Depressão ou Beco sem Saída?
Nos impasses e reformulações da vida humana existem duas perguntas a fazer:
Estou numa Depressão ou num Beco Sem Saída?
O que é a depressão?
Não tem a ver com a depressão de estado que apresenta sintomas de apatia, tristeza, sensação de impotência e desânimo ou frustração.
Tem a ver com a sensação daquilo que estamos a atravessar e que pede uma resolução.
Como se estivéssemos no fundo de uma depressão geográfica, de um vale, por exemplo.
É como se estivéssemos no fundo de uma curva descendente em que a decisão pode significar ter de sair dessa depressão, escalar o monte — às vezes a montanha. Sabemos que é difícil, mas estamos dispostos a fazer esse esforço. Requer energia, tempo, mas é claro que tem de ser feito, que há algo a conquistar.
Aquela relação que tem de ser reconstruída. Aquela mudança para um paradigma mais saudável que deve acontecer. Uma mudança de país, de profissão. O perseguir de um sonho.
O que é o beco sem saída?
É diferente. É quando a energia que teríamos de investir para escalar já não faz sentido — não porque seja difícil, mas porque aquilo que está no topo já não é onde queremos chegar.
Aquela relação que já tentámos reconstruir várias vezes e que, honestamente, nos pede mais do que nos dá. Aquele projecto profissional que alimentámos durante anos mas que já não nos reconhece. Aquele sonho que era nosso aos vinte e que aos quarenta percebemos que pertencia a outra versão de nós.
Desistir tem má reputação. Mas há uma diferença entre desistir por fraqueza e desistir por clareza.
Às vezes, a coragem não está em escalar — está em reconhecer que estamos a escalar a montanha errada. E que a energia gasta ali é energia roubada àquilo que realmente precisa de nós.
Criar espaço
Há uns anos atrás havia uma pedra que circulava no Instituto Macrobiótico. Essa pedra era azul e polida. Quem a recebia tinha direito a um desejo, mas tinha de a dar a alguém primeiro para abrir espaço para que o que desejássemos entrasse nas nossas vidas.
A pedra ensinava exactamente isto: para que algo novo entre, é preciso largar primeiro. Não por derrota — por escolha.
À medida que os anos e experiências vão povoando as nossas vidas, é fácil colecionar experiências e objectos que, independentemente do que são, ocupam espaço, criam ruído para aquilo que é essencial e drenam a energia que, de outra forma, poderia ser investida naquilo que realmente vale a pena.
Para curar, reconstruir ou regenerar os aspectos das nossas vidas que estão em suspensão — que sabemos que são importantes, mas para os quais honestamente não existe energia suficiente — vamos ficando na depressão, sem capacidade de escalar aquilo que afinal é essencial.
O limite
Por trás deste processo está a quantidade de vitalidade que temos disponível. E ao longo destes anos tenho entendido que é cada vez mais comum estar no limite — não de um aspecto da vida, mas de vários, muitos — repetindo os padrões de actuação, os papéis do script que, apesar de não serem os mais saudáveis, são os mais habituais e custam menos energia.
Sabemos que o que estamos a comer não é o mais saudável, mas não temos energia para cozinhar.
Sabemos que mais um cigarro para aliviar o stress não é a melhor opção, mas não temos recursos para gerir esse mesmo stress.
Sabemos que praticar exercício é saudável, mas no final do dia o corpo está exausto e incapaz de suportar mais estímulos.
A ilusão das 12 badaladas
Com a mudança de ano existe a vontade de mudar de padrões, de criar uma nova vida.
O que, honestamente, é um acto que roça o inútil, pois resulta em mais frustração logo nas primeiras semanas. Porquê?
Porque não basta desejar — é necessário criar uma estratégia.
Por isso Dezembro e Janeiro são meses de criar essa mesma estratégia.
E essa estratégia é criar um excedente de energia para sair da depressão — ou escolher mudar de rumo e sair do beco sem saída.
Mas não é agora. Não é nas 12 badaladas. Não é depois da 12ª uva. É depois — depois de criar clareza, de criar espaço, de fortalecer a sua vitalidade.
Senão decide em stress, decide do imediato, decide por mais do mesmo e pelo comum.
Se reconhece esta sensação — seja estar no fundo de uma depressão a precisar de energia para escalar, seja estar num beco sem saída a precisar de clareza para mudar de rumo — a Academia Regenerar foi criada para isto.
Não para lhe dar mais uma lista de coisas a fazer. Mas para ajudá-lo a construir o excedente de vitalidade que torna possível fazer escolhas diferentes.
A Maria Gonçalves, depois de um ano na Academia, partilhou:
"Finalmente consegui uma prática diária. Trouxe-me mais mobilidade, tenho menos dores. O meu grande problema sempre foi a anca — neste momento está ótima. Levanto-me de manhã sem dores absolutamente nenhumas. Tenho mais músculo, os braços não estão tão flácidos e tenho as costas mais direitas."
A mudança que procura não começa nas 12 badaladas. Começa quando decide criar espaço para ela.
Se este for o momento de começar: até ao final de Dezembro, os valores da Academia mantêm-se. Em Janeiro serão actualizados.
E crie uma estratégia de regeneração pessoal para o próximo ano.
Até para a semana,
Lourenço de Azevedo
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