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Quando as estações não chegam

Uma das vantagens de viver fora da cidade é a possibilidade de experienciar os ciclos da natureza.

Este ano tem sido invulgarmente pobre em chuva, dando a ilusão que o outono ainda não chegou, mas se caminharmos na natureza pode-se observar que as folhas começaram a ficar amarelas e a cair das árvores na altura "certa", de que apesar de os dias serem sem chuva e mais quentes a temperatura à noite desceu consideravelmente na altura que seria de esperar, assim como a luminosidade mudou.

Em reflexão conjunta eu e a Marta temos chegado à conclusão e noção de que este tempo está "enganoso" está relacionado com a mentalidade de procura da estabilidade, que como seres humanos desejamos - para evitar ter de lidar com o imprevisto e o sofrimento associado ao mesmo.

  • é possível comer a mesma fruta todo o ano - ignorando que existe uma sazonalidade da mesma;
  • é possível manter o mesma temperatura ao longo do ano, em casa, no escritório ou no automóvel - ignorando as diferenças atmosféricas que são essenciais para uma adaptação do corpo à mudança;
  • pretende-se que a idade não passe, que nos mantenhamos sempre jovens, ignorando os ciclos da vida - ignorado os mais desafiantes e procurando manter os mais agradáveis - e como isso até certo ponto é - enganosamente - possível.
  • é possível manter uma luminosidade constante e depois da noite se instalar enche-se a casa de luz - dando ao corpo a noção que ainda é dia, ignorando os ciclos de descanso e actividade;
  • é possível optar-se por plantar nos jardins municipais árvores de folha perene - fazem menos "lixo" porque as folhas não caem - mas que acabam por dar a sensação em quem frequenta esses parques que não há estações do ano;
  • simultaneamente implanta-se de forma massiva luzes led que possuem um frequência de luz azul elevada e que dão a noção às aves que habitam nos parques que ainda é dia, criando nestas distúrbios de sono e desorientação em relação aos ciclos da natureza.

Nesse sentido é comum que, no meio desta estabilidade artificial, se perca gradualmente a noção das estações, que não se consiga distinguir os pequenos sinais de mudança que as estações apresentam e que indicam que afinal chegaram, não como gostaríamos que se manifestassem ou como é previsível, mas que todos os anos é diferente e que todos os anos é importante reconhecer estes sinais que são únicos de ano para ano.

Senhoras e senhores, meninos e meninas, estamos a falar do universo - é algo que é tudo menos controlável ou previsível. E ainda bem.

Três atitudes que utilizamos cá em casa para nos sintonizarmos com as estações

e que são simultaneamente formas ancestrais de sintonia com as mesmas.

  • Consumir alimentos da época como forma de alinhamento com o que está à nossa volta - estes alimentos têm a característica do momento presente - as maçãs podem não estar tão doces, as castanhas mais pequenas, mas este é o momento presente - é este o momento com que nos queremos nos sintonizar - não com a estação em que as maçãs eram mais doces ou quando as castanhas eram maiores. Para nós não faz sentido cultivar a atenção plena ao momento presente e estar a ingerir frutas que são de uma estação oposta em que estamos a viver.
  • Respeitar os ciclos de repouso - os dias ficam mais pequenos, isso não mudou. Respeitar a necessidade do corpo de desconectar e deitar-se mais cedo é um autêntico bálsamo de sintonização com as estações. Dormir mais cedo no Outono e Inverno significa para nós apagar as luzes entre as 22 e as 22:30.
  • Manter-se receptivo ao movimento sazonal e aceitar que é o aqui e agora que é importante que a nossa energia esteja. Não como gostaríamos que fosse. Práticas como a Meditação e o Chi Kung - a Marta gosta mais de Yoga - auxiliam não só a reconhecer o potencial do momento presente, mas também a criar uma maior adaptação à mudança sazonal, que como seres humanos estamos sempre sujeitos.

Como proposta, fazemos-lhe o convite para que hoje procure três indícios da estação onde se encontra. Às vezes fora de si ou então dentro nas emoções que sente. Isso pode significar também hoje comer conscientemente um alimento da época, deitar-se às horas que o corpo naturalmente pede ou passar cinco minutos a contemplar e a estar grato por tudo o que a estação actual lhe oferece.

Sem desejar que fosse diferente.

Boas práticas.

 
 

 

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